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O que é infecção urinária?

O nome mais específico é infecção no trato urinário, ou seja, é uma infecção que atinge alguma parte do sistema composto pelos seguintes órgãos:
Rins, que fabricam a urina
Ureteres, que levam a urina dos rins até a bexiga
Bexiga, que armazena a urina enquanto ela não é eliminada
Uretra, que leva a urina da bexiga até o orifício por onde o xixi sai

Em condições normais, a urina segue esse caminho sem problemas, mas, quando se contamina por bactérias — que costumam vir da pele em torno dos órgãos genitais, do ânus ou pelo sangue –, pode provocar inflamação e infecção em qualquer ponto do percurso.

Cerca de 8 por cento das meninas e 2 por cento dos meninos sofrem pelo menos uma infecção no trato urinário ao longo da infância.

Procure o médico se desconfiar que há algo errado. As infecções urinárias são fáceis de tratar, mas se não forem controladas podem causar danos permanentes aos rins e até mesmo insuficiência renal.

Como identificar uma infecção urinária?

Muitas vezes, uma febre inexplicável é o único sinal da infecção. Cerca de 5 por cento das crianças até 3 anos com febre e sem nenhum outro sintoma estão com infecção no trato urinário.

Por outro lado, a infecção pode ocorrer sem o aparecimento da febre e sim de outros sintomas, como:
Vontade repentina de fazer xixi
Dificuldade para esvaziar a bexiga (parece que sempre “tem mais” xixi para sair)
Choro ou reclamação na hora de fazer xixi (em crianças que usam fralda e não falam muito, um jeito de saber se ela está urinando naquele exato momento é colocando a mão sobre a fralda. Dá para sentir o quente da urina enchendo a fralda)
Urina com cheiro estranho
Urina opaca, turva ou com sangue
Dor na barriga, do lado de abdome ou nas costas
Vômitos
Falta de apetite
Aumento dos “acidentes” se a criança já largou a fralda
Cansaço
Calafrios
Emagrecimento ou dificuldade para ganhar peso

Como a infecção urinária é diagnosticada?

O médico vai fazer perguntas sobre os sintomas que você está percebendo, e vai examinar a criança. Talvez pergunte se há casos de anomalias que facilitem a ocorrência frequente de infecções urinárias na família, já que o problema pode ser hereditário.

Caso o pediatra desconfie de uma infecção no trato urinário, vai pedir um exame de urina (urina tipo I e urocultura com antibiograma), para tentar detectar a presença de bactérias. O resultado é rápido para saber se se trata ou não de infecção: a presença de um número elevado de glóbulos brancos, em geral, é um forte indício de infecção urinária causada por bactérias, e essa resposta sai no mesmo dia.

Depois disso, na urocultura, a mesma amostra de urina é mantida no laboratório para a cultura, que tenta identificar exatamente a bactéria responsável pela infecção, e para o antibiograma, que testa a eficácia de diferentes antibióticos contra a bactéria identificada.

Como colher urina de uma criança tão pequena?

É difícil colher uma amostra estéril de urina de uma criança pequena, que não esteja contaminada pelas bactérias presentes na pele, no bumbum e no cocô.

Caso seu filho já não use mais fraldas, a operação fica um pouco mais fácil. Você terá de limpar bem a área, seguindo as instruções do laboratório, e pegar um pouco do xixi num copinho. Mesmo assim, prepare-se, porque pode demorar até a criança conseguir urinar.

O mais recomendável é colher a urina no hospital ou no laboratório, em que as condições de assepsia são melhores (a amostra é facilmente contaminável).

Em crianças que usam fraldas, o método mais comum de fazer o exame é grudar uma espécie de saco plástico, com adesivos e um buraco, em torno da vagina ou do pênis, depois de uma boa limpeza da área. Nem sempre a estratégia funciona da primeira vez.

Siga as orientações do hospital ou do laboratório. O melhor é que coleta seja feita no próprio local, e não em casa, e aí você vai ter de ficar esperando o xixi aparecer — reserve um bom tempo para a “operação exame”. Procure oferecer líquidos para a criança antes da coleta para tentar diminuir o tempo de espera pelo xixi.

Em casos especiais, é necessário obter a amostra com um cateter — um caninho flexível colocado na uretra do bebê para retirar a urina diretamente da bexiga. Apesar de desconfortável (seu filho provavelmente vai ficar assustado), o exame é seguro e rápido: leva menos de um minuto.

Além do exame de urina, há outros?

Pode ser que o médico peça outros exames. Existem algumas alterações no trato urinário que podem facilitar a ocorrência de infecções urinárias, e um deles é o refluxo vésico-ureteral, situação em que a urina da bexiga volta para o ureter, podendo chegar até os rins.

Os exames extras servem para verificar se há algum problema desse tipo.

Entre os exames que podem ser pedidos estão o ultrassom e uma série de radiografias para detectar o refluxo, como a uretrocistografia miccional e a urografia excretora. O objetivo é detectar possíveis alterações do trato urinário que estejam permitindo as infecções urinárias de repetição.
Qual é o tratamento da infecção urinária?
O tratamento é feito com antibióticos, na maioria das vezes por boca, por até duas semanas.

O ideal é que o antibiótico seja escolhido com base no resultado da cultura de urina e do antibiograma, mas às vezes os médicos já receitam um antibiótico chamado de “amplo espectro” antes mesmo de saber o resultado, para que o efeito seja mais rápido, e depois de identificada a bactéria ajustam a medicação.

Ainda que a criança pareça ter melhorado depois de alguns dias, é importante dar o remédio até o último dia, conforme a receita do médico, para que a infecção não volte ainda mais forte.

Se a criança estiver debilitada, pode precisar ser internada para receber o remédio pela veia.

E se meu filho tiver um problema mais sério?

Caso a criança esteja com uma obstrução no trato urinário, pode ser necessária uma cirurgia. Em alguns casos, a operação também é realizada para corrigir o refluxo vésico-ureteral, embora na grande maioria deles o problema vá embora sozinho até a criança ter 6 anos. Durante esse período, a criança deve ser acompanhada periodicamente por um nefrologista pediátrico.

Quando é diagnosticado o refluxo, às vezes os médicos receitam antibióticos em doses pequenas para ser usados a longo prazo, para evitar infecções frequentes e eventuais sequelas nos rins.

O que fazer para evitar infecções urinárias?

Certas crianças têm mesmo uma tendência a sofrer de infecções no trato urinário, mas há algumas medidas que você pode tomar para reduzir o risco:
Dê muito líquido ao seu filho. Além de manter o trato urinário em constante atividade, os líquidos ajudam a evitar a prisão de ventre, que pode colaborar para que haja infecções.
Também para evitar a prisão de ventre, ofereça bastante fibra ao seu filho, como frutas, verduras e grãos integrais.
Incentive a criança a urinar com frequência, mais ou menos a cada três horas.
No caso de meninas, sempre limpe a área da frente para trás, quando estiver trocando a fralda ou com o papel higiênico, para não levar bactérias do bumbum para a vagina. Ensine-a a se limpar desse jeito.

Evite também o uso de sabonetes muito fortes ou calcinhas de tecido sintético que irritem a vagina. Se a vagina dela arder, pode ser que ela fique segurando o xixi, e isso pode contribuir para o surgimento de infecções.

Créditos: https://brasil.babycenter.com/a3400365/infec%C3%A7%C3%A3o-urin%C3%A1ria-em-crian%C3%A7as

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